Tupac Shakur
Tupac Amaru Shakur (Nova Iorque, 16 de junho de 1971 - Las
Vegas, 13 de setembro de 1996), mais conhecido pelos seus nomes artísticos
2Pac, Makaveli ou apenas Pac, foi um rapper estadunidense. Críticos e membros
da indústria fonográfica nomearam-no como um dos maiores rappers de todos os
tempos. Em 2010, ele já havia vendido pelo menos 75 milhões de cópias pelo
mundo. Além de ser músico, Tupac também foi ator e ativista social. A maioria
das suas canções tratam-se sobre como crescer no meio da violência e da miséria
nos guetos, o racismo, os problemas da sociedade e os conflitos com os outros
rappers. O trabalho de Shakur é conhecido por defender a igualdade política,
econômica, social e racial. Antes de entrar para a carreira artística, ele era
um roadie e dançarino de hip hop alternativo. Começou a fazer sucesso quando
entrou para o grupo Digital Underground.
Shakur tornou-se alvo de diversas ações judiciais e sofreu
outros problemas legais. No início de sua carreira, ele foi atingido por cinco
tiros e assaltado no corredor de um estúdio de gravação em Nova Iorque. Após o
incidente, Tupac começou a suspeitar que outras figuras da indústria do rap
ficaram sabendo do acontecido e não avisaram Shakur, o que desencadeou a
rivalidade entre as costas Leste e Oeste. Mais tarde, Shakur acabou por ser condenado
por abuso sexual e ficou preso durante onze meses, tendo sido libertado da
prisão num recurso financiado por Suge Knight, diretor executivo da Death Row
Records. Em troca da ajuda de Suge, Tupac teve de gravar três álbuns sob o selo
Death Row.
Na noite de 7 de setembro de 1996, Tupac, dentro do carro de
Suge, foi atingido por quatro tiros num tiroteio, na cidade de Las Vegas. Ele
faleceu seis dias depois, vítima de insuficiência respiratória e parada
cardíaca, na Universidade Médica de Nevada. Após a sua morte, o jornal
americano The New York Times citou-o como "o maior rapper de todos os
tempos".
Antes da fama
Tupac Amaru Shakur nasceu na seção East Harlem de Manhattan
em Nova Iorque.
Sua mãe, Afeni Shakur, e seu pai, Billy Garland, eram
membros ativos dos Panteras Negras em Nova Iorque no final dos anos 1960 e
1970; ele nasceu apenas um mês após a absolvição de sua mãe em mais de 150
processos de "conspiração contra o governo dos Estados Unidos.
Apesar de ser inconfirmado pela família de Shakur, muitas
fontes (inclusive o relatório do médico legista) mostram seu nome de nascimento
como "Lesane Parish Crooks". Este nome teria supostamente entrado em
sua certidão de nascimento porque Afeni temia que seus inimigos pudessem atacar
seu filho, e disfarçou sua verdadeira identidade usando um sobrenome diferente.
Ela mudou isso depois de se separar de Garland e se casar com Mutulu Shakur.
Sofrimento e encarceramento rodeavam Shakur desde criança.
Seu padrinho, Geronimo Pratt, um membro importante dos Panteras Negras, foi
condenado pelo assassinato de uma professora durante um assalto em 1968, apesar
da sentença ter sido revogada mais tarde. Seu padrasto, Mutulu, passou quatro
anos na lista dos dez mais procurados do FBI começando em 1982. Mutulu era em
parte procurado por ajudar sua irmã Assata Shakur (também conhecida como Joanne
Chesimard) a escapar de uma penitenciária em New Jersey, onde estava presa por
matar um policial em 1973. Mutulu foi pego em 1986 e preso pelo assalto de um
caminhão blindado, onde dois policiais e um guarda foram mortos. Shakur tinha
uma meia-irmã, Sekyiwa, dois anos mais nova do que ele, e um meio-irmão mais
velho, Mopreme "Komani" Shakur, que se tornou rapper e apareceu em muitas
das gravações de Pac.
Com doze anos de idade, Shakur se matriculou na 127th Street
Repertory Ensemble do Harlem, um grupo de teatro, e foi escolhido como o
personagem Travis Younger na peça A Raising in the Sun, que foi performada no
Apollo Theater. Em 1986, sua família se muda para Baltimore, Maryland. Depois
de completar seu segundo ano na Paul Laurence Dunbar High School, ele foi
transferido para a Baltimore School for the Arts, onde ele estudou atuação,
poesia, jazz e balé. Ele atuou em algumas peças de Shakespeare e também atuou
como o Rei das Ratazanas em o Quebra-Nozes.
Shakur, acompanhado de seu amigo Dana "Mouse"
Smith, seu beatboxer, ganhou na maioria das competições de rap em que
participou e era considerado o melhor rapper da escola. Ele também foi lembrado
como uma das crianças mais populares da escola devido ao seu senso de humor,
habilidades de rap superiores, e capacidade de se misturar com todas as turmas.
Pac também desenvolveu uma forte amizade com uma jovem Jada Pinkett (mais tarde
Jada Pinkett Smith, após se casar com Will Smith), que durou até sua morte. Um
poema escrito por 2Pac intitulado "Jada" apareceu em seu livro The
Rose That Grew From Concrete, que incluia outro poema dedicado a ela chamado
"The Tears in Cupid's Eyes".
Em Junho de 1988, Tupac e sua família se mudaram mais uma
vez, dessa vez para Marin City, na Bay Area da California, onde ele estudou na
Tamalpais High School. Ele começou a frequentar as aulas de poesia de Leila
Steinberg em 1989, que acabou se tornando sua mentora e empresária. Naquele
mesmo ano, Steinberg organizou um concerto com uma ex-banda de Shakur, Strictly
Dope; aquele show o levou a assinar um contrato com Atron Gregory que o colocou
como roadie e dançarino do grupo de rap Digital Underground. Enquanto morando
em Marin City, Tupac se envolveu com tráfico de drogas e devido a discussões
com sua mãe, acabou saindo de casa e ficando sem teto por algum tempo, indo
morar frequentemente na casa de amigos e de seu irmão Mopreme em Oakland.
Carreira como rapper
Tupac estreou suas habilidades de rap na música Same Song,
do Digital Underground em 1991. Depois, 2Pac lançou seu álbum de estréia,
2Pacalypse Now em 1991. O álbum permaneceu oculto por alguns anos e não foi
lançado nenhum top ten hit. Mais tarde, foi a vez de Strictly 4 My N.I.G.G.A.Z.
ser lançado, em 1993. Considerado seu primeiro álbum de sucesso, lançou dois
hit singles, I Get Around com o Digital Underground e Keep Ya Head Up. O álbum
e os singles levaram disco de ouro ainda no final de 1993.
Em março de 1995, seu terceiro álbum Me Against the World é
lançado. Lançado enquanto Tupac estava servindo pena na prisão por agressão
sexual, o álbum chegou direto ao primeiro lugar da Billboard 200, com 240.000
cópias vendidas na primeira semana. O álbum também veio com o primeiro top ten
hit de 2Pac, Dear Mama, que chegou ao número nove da Billboard Hot 100. Em
abril de 1995, 2Pacalypse Now já era disco de ouro e Strictly 4 My N.I.G.G.A.Z.
e Me Against the World eram platina, sendo que no final do ano Me Against the
World era platina dupla e Dear Mama platina.
Enquanto cumpria sua pena, Tupac se casou com a namorada
Keisha Morris em 4 de abril de 1995; o casal se divorciou mais tarde em 1996.
Em outubro de 1995, o caso de Shakur estava em apelação, mas
devido a todos os seus honorários advocatícios ele não podia juntar a fiança de
US $ 1,4 milhões. Após servir onze meses de sua sentença de um ano e meio a
quatro anos e meio, Tupac foi liberado da prisão Attica Correctional Facility
graças a ajuda de Suge Knight, CEO da Death Row Records, que pagou a fiança de
1.4 milhões em troca de 2Pac assinar um contrato de três álbuns sob a Death
Row.
Após a sua libertação, Tupac voltou rapidamente a gravar
músicas. Ele fundou um novo grupo chamado Outlaw Immortallz. Tupac chegou
imediatamente ao estúdio de gravação para gravar seu primeiro álbum sob a Death
Row. A gravadora também rapidamente o rotulou como seu artista principal, ao
lado de Snoop Doggy Dogg e Dr. Dre. Seu primeiro lançamento sob a gravadora, o
single California Love, foi lançado no final de 1995.
Em 13 de fevereiro de 1996, Pac lança seu quarto álbum de
estúdio, All Eyez on Me. Um sucesso instantâneo, o álbum foi direto para o
número um da Billboard 200 com 566.000 na primeira semana, trazendo os singles
How Do U Want It e California Love para o topo das paradas em julho de 1996. O
disco foi uma partida geral dos assuntos de Me Against the World; enquanto
aquele álbum era mais confissional e refetivo, esse álbum era mais como uma
celebração da vida, cheio de músicas dançantes que apresentavam uma mentalidade
mais bandida.
Ao mesmo tempo que Shakur aproveitava a vida como um dos
mais importantes nomes do rap na época, ele também tinha problemas. A Death Row
passava por tempos sombrios. A má reputação da gravadora subia a medida que
Suge Knight tomava maior controle sobre os artistas, deixando Dr. Dre para
trás. RBX e The D.O.C. haviam deixado a gravadora, que estava em uma tensa
richa com outro ícone do rap, The Notorious B.I.G., sua gravadora Bad Boy
Records e seus colegas de Nova Iorque. Tupac também se virara contra Dr. Dre,
alegando que ele estava recebendo muito reconhecimento por trabalhos em que ele
teve muito pouco ou não teve envolvimento. Esses acontecimentos levaram Dre a
deixar a Death Row para fundar sua própria gravadora, a Aftermath
Entertainment. Daz Dillinger, do Tha Dogg Pound, acabou assumindo o lugar de
Dre na gravadora como produtor principal.
Durante o resto de seu contrato com a Death Row, Pac gravou
centenas de músicas, que vieram a ser lançadas em seus álbuns póstumos. Ele
também começou o processo de gravação de um álbum com o Boot Camp Click chamado
One Nation.
Em 4 de julho de 1996, ele cantou ao vivo no House of Blues
com Outlawz, Tha Dogg Pound e Snoop Doggy Dogg. Essa foi sua última performance
ao vivo.
Tiroteio e morte
Na noite de 7 de setembro de 1996, Shakur foi assistir a uma
luta de boxe entre Mike Tyson e Bruce Seldon, no MGM Grand Las Vegas. Após
deixar a partida, um dos associados a Suge, Orlando Anderson, um membro da
Southside Crips, discutiu com o rapper na portaria do ginásio, e os dois se
agrediram. Os aliados de Suge e Shakur assistiram à "luta", a qual
foi filmada pelas câmeras de vigilância do local. Algumas semanas antes,
Anderson e um grupo da Crips haviam roubado um membro da facção da Death Row,
em uma loja Foot Locker, prevendo um ataque a Shakur. Após a briga, Tupac
encontrou-se com Suge para ir a uma propriedade da Death Row. Então, entrou em
um BMW E38 sedan, de propriedade de Suge.
Às 10:55 da noite, quando parou em um sinal vermelho, Tupac
abaixou o vidro e um fotógrafo tirou sua foto . Aproximadamente dez minutos
depois, foram parados por policiais, pois estavam com o som muito alto e sem a
placa de licença do carro. Então, Suge pegou as placas de dentro do
porta-malas, e os dois foram liberados minutos depois sem serem multados. Por
volta das 11:10, quando parou em um sinal vermelho no Flamingo Road, perto do
cruzamento Koval Lane, em frente ao Hotel Maxim, um veículo ocupado por duas
mulheres aproximou-se de Tupac, com o qual conversaram e convidaram para ir ao
Clube 662. Cerca de cinco minutos depois, um Cadillac branco, modelo antigo,
com um número de ocupantes desconhecido, se aproximou da BMW; o vidro da janela
foi abaixado e foram disparados cerca de doze ou treze tiros contra Shakur. Ele
foi atingido por quatro deles: um na cabeça, dois na virilha e um na mão. Uma
das balas provavelmente ricocheteou no pulmão do rapper. Suge foi atingido na
cabeça por estilhaços, mas acredita-se que a bala passou de raspão por ele.
Após chegarem ao local, policiais e paramédicos levaram Suge
e Shakur, gravemente ferido, para o Centro Médico Universitário. De acordo com
a entrevista de um dos melhores amigos do rapper, o diretor de vídeo Gobi, ele
recebeu no hospital, de um funcionário da Death Row, a notícia que os
atiradores haviam ido à gravadora, proferindo ameaças de morte a Shakur e
afirmando estar a caminho do hospital para "acabar com ele". Ao ouvir
isso, Gobi imediatamente avisou a polícia de Las Vegas, que afirmou estar sem
policiais disponíveis; ninguém poderia ser enviado. No entanto, a ameaça não se
concretizou. No hospital, Tupac alternava momentos de consciência e
inconsciência, tendo sido fortemente sedado, respirando através de um
ventilador e um respirador. Ligado a máquinas de suporte à vida, acabou por ser
posto em um coma induzido por barbitúrico após repetidamente tentar sair da
cama.
Após ter sobrevivido a uma série de cirurgias - inclusive a
da retirada do pulmão direito, mal sucedida - Shakur submeteu-se à fase crítica
da terapia médica; suas chances de sobrevivência foram calculadas em 50%. Gobi
saiu do centro médico após ter sido informado que o artista tivera uma melhora
de 13% na noite de sexta. Enquanto a Terapia Intensiva estava a ser realizada
na tarde de 13 de setembro de 1996, Tupac faleceu de hemorragia interna; os
médicos tentaram reanimá-lo mas não conseguiram impedir a propagação da
hemorragia. Sua mãe, Afeni informou aos médicos sua decisão de desligar os
aparelhos. Foi declarado morto às 4:03 da tarde. As causas oficiais da morte
foram descritas como insuficiência respiratória e parada cardiorrespiratória,
além dos múltiplos ferimentos a balas. O corpo de Shakur foi cremado. Mais
tarde, um pouco de suas cinzas, misturado a maconha, foi fumado por membros do
grupo Outlawz.
Especulações sobre o assassinato
Devido em grande parte à falta de provas oficiais, muitas
investigações e teorias relacionadas ao assassinato surgiram. Por causa da
rivalidade entre ele e The Notorious Big, houve desde o início especulações
sobre a possibilidade da colaboração de Biggie no assassinato. Ele, assim como
seus associados e sua família, negou veementemente a acusação. Em 2002, o
escritor Chuck Phillips, do Los Angeles Times fraudulentamente alegou ter
descoberto evidências envolvendo Biggie, além de Anderson e a Southside Crips
no ataque. No artigo, Phillips citou fontes anônimas de um membro da gangue que
alegou que Biggie tinha ligações com os Crips, muitas vezes contratando-os para
a segurança durante as aparições na Costa Oeste. No entanto, em 2008, o LA
Times publicou um documento oficial da história contada por Phillips. As fontes
que o jornalista utilizou foram descobertas por The Smoking Gun e eram
completamente fraudadas, o que implicou na demissão do empregado menos de cinco
meses depois. Biggie foi assassinado em março de 1997.
A família de Biggie apresentou a MTV uma documentação
declarando que o rapper estava trabalhando em um estúdio de gravação de Nova
Iorque quando Tupac foi assassinado. Seu gerente Wayne Barrow e o cantor James
"Lil' Cease" Lloyd afirmaram publicamente que Biggie não teve participação
nenhuma no crime e ainda alegaram que estavam com ele no estúdio na noite do
evento.
A violência das gangues das duas costas chamou a atenção do
cineasta inglês Nick Broomfield, o qual fez o documentário Biggie & Tupac o
qual examina a falta de progresso no caso, entrevista pessoas próximas aos dois
rappers falecidos e os inquéritos. O amigo de infância de Shakur e membro do
Outlawz Yafeu "Yaki Kadafi" Fula estava no comboio quando o
assassinato ocorreu e indicou à polícia que ele poderia ser capaz de
identificar os bandidos. Porém, foi baleado e morto pouco depois em um projeto
de habitação em Irvington.
Um DVD intitulado Tupac: Assassination foi lançado em 23 de
outubro de 2007, mais de onze anos após o assassinato do rapper. Ele explora os
aspectos em torno do evento e oferece uma nova visão do caso, com detalhes do
ambiente.
Em setembro de 2011, surgiram boatos de uma fita de video
que continha cenas de sexo de Tupac com um grupo de fãs No filme de cerca de
cinco minutos, o rapper aparece em uma festa tendo relações sexuais, onde uma
mulher lhe faz sexo oral, enquanto ele canta. Segundo fontes, existe uma outra
parte da fita que ainda pode ser revelada.
Honrarias
Em uma votação da revista Rolling Stone 2005, Tupac Shakur
foi nomeado No 6 Lugar um dos 100 imortais artistas de todos os tempos por trás
de nomes como Elvis Presley e John Lennon.
MTV classificou-o em 2º lugar em sua lista dos maiores MCs
de Todos os Tempos.
Tupac foi introduzido no Hip Hop Hall of Fame em 2002.
Em 2003, a MTV fez uma nova escolha dos 22 Melhores MCs de
Todos os Tempos, conforme escolhido pelos telespectadores. 2Pac foi o vencedor.
Em 2004, no evento Hip Hop Honors, da VH1, Shakur foi
homenageado juntamente com DJ Hollywood, Kool DJ Herc, KRS One, Public Enemy,
Run DMC, Rock Steady Crew e Sugarhill Gang.
Uma enquete realizada na revista Vibe ranqueou Tupac como o
"melhor rapper de todos os tempos" conforme votado pelos fãs.
No primeiro Festival Internacional de Cinema Anual de Turks
e Caicos realizado em 17 de outubro de 2006, 2Pac foi homenageado pelas suas
rimas e talento, e por ser um artista a misturar assuntos étnicos, culturais e
raciais. Sua mãe, Afeni Shakur, assumiu o prêmio em seu lugar.
A sua música "Changes", que foi lançada no Greatest
Hits em 1998, foi incluída como parte da playlist de músicas do MySpace oficial
da igreja do Vaticano.
Seu álbum duplo All Eyez on Me é considerado um dos melhores
discos de todos os tempos, com mais de 5 milhões de cópias vendidas nos Estados
Unidos somente em abril de 1996. Ele foi certificado como "Platina"
pela RIAA dez vezes, recebendo a certificação máxima de "Diamante".
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