Música pop
A música pop (em inglês: pop music; um termo que deriva da
abreviação de "popular") é geralmente entendida como a música gravada
para fins comerciais, muitas vezes direcionada a uma audiência juvenil e que em
sua maioria consiste de canções relativamente curtas e simples com o uso de
inovações tecnológicas.
Definições
Os escritores David Hatch e Stephen Millward definem a
música pop como "um conjunto musical que é distinguível da música popular,
folclórica e do jazz". Embora seja normalmente vista como orientada às
tabelas de sucessos, não abrange todas as listas de canções mais vendidas, que
sempre tiveram obras de diversas origens como a clássica, o jazz, o rock e
faixas humorísticas, ao passo que é um gênero notado como separadamente
contínuo e em desenvolvimento.Assim, a "música pop" pode ser
usada para descrever um gênero distinto, visado a um público jovem e
caracterizado como uma versão mais leve do rock and roll.
Origem do termo musica pop
O termo "canção de pop" tem registro de uso do ano
de 1926, no sentido de uma obra musical "com um apelo popular". Hatch e Millward indicam que muitos eventos na história da música nos anos de
1920 podem ser vistos como o nascimento da moderna indústria de música pop,
incluindo na country, no blues e na old-time music.
Grupos como The Beatles, Rolling Stones e ABBA tinham como característica da música pop a de
concertos a amplas audiências com suas canções contrapostas à clássica.
De acordo com o Grove Music Online, o termo "música
pop" "foi criado no Reino Unido em meados dos anos de 1950 como uma
descrição para o rock and roll e os novos estilos musicais juvenis que
influenciou...". O The Oxford Dictionary of Music afirma que ao passo
que o pop "tinha um significado inicial de concertos recorrentes a uma ampla
audiência (...) desde o final daquela década, entretanto, o gênero tinha uma
conotação especial de música não-clássica, geralmente na forma de canções,
interpretadas por artistas como The Beatles, Rolling Stones, ABBA,
etc". A fonte também declara que "(...) no início dos anos de
1960, [o termo] 'música pop' competiu de forma terminológica com a beat [na
Inglaterra], enquanto que nos Estados Unidos sua cobertura sobrepôs-se com a do
rock and roll". O Chamber's Dictionary menciona o uso contemporâneo da
expressão "pop art", da mesma forma que o Grove Music Online declara
que "a música pop (...) parece ter sido uma continuação dos termos da pop
art e da cultura pop, inventados um pouco antes e referenciando-se a uma
completa cadeira de novos produtos de meios de cultura geralmente
americana".
A partir de 1967, o termo foi crescentemente usado em
oposição ao do rock, uma divisão que gerou um significado geral às duas
expressões. Enquanto o rock desejava a autenticidade e uma expansão das possibilidades
da música popular, o pop era mais comercial, efêmero e acessível. De acordo
com o sociomusicologista Simon Frith, a música pop é produzida "como uma
questão de empreendimento, não de arte", é "desenvolvida para agradar
a todos" e "não vem de um lugar específico nem delimita a um gosto
particular". Não "é direcionada a um desejo significativo, mas sim o
de lucro e de recompensa comercial. (...) e, em termos musicais, é basicamente
conservador" e "é fabricada por um grupo financeiro (gravadoras,
programadores de rádios e patrocinadores de eventos) ao invés de uma elaboração
de baixo custo. (...) A pop não é um gênero independente, mas sim
profissionalmente produzido e distribuído".
Influências e desenvolvimento
Durante seu desenvolvimento, a música pop foi influenciada
pela maioria dos outros gêneros populares. Seu início foi caracterizado pela
forma da balada sentimental, obtendo o uso de harmonias vocais da evangélica e
do soul, a instrumentação do jazz, da country e do rock, a orquestração da
clássica e o andamento da dance music, sendo sustentada pela eletrônica e por
elementos rítmicos do hip hop e recentemente apropriou-se de passagens faladas
do rap.
Michael Jackson e Madonna foram
alguns dos artistas favorecidos pelo surgimento do canal televisivo MTV nos
anos de 1980 pela atração visual que transmitiam.
O gênero também fez uso de inovações tecnológicas. Nos anos
de 1940, o design do microfone aperfeiçoado permitiu um estilo de canto mais
pessoal e uma ou duas décadas depois, gravações de 45 rotações por minuto
mais baratas e duráveis para canções lançadas como singles "revolucionaram
a maneira na qual a pop foi disseminada" e auxiliou a inserir músicas de
pop em sistemas de fonografia, rádio e filmes. Outra mudança tecnológica
foi a larga disponibilidade da televisão nos anos de 1950: com apresentações
televisionadas, "estrelas de pop tinham de ter uma presença visual".
Nos anos de 1960, a iniciação de rádios portáteis e baratos fez com que
adolescentes pudessem ouvir música fora de casa. A gravação multicanal (da
década de 1960) e a extração da melodia de outras músicas (da de 1980) foram
também utilizadas como métodos para a criação e a elaboração da música pop. No início dos anos de 1980, sua divulgação foi altamente afetada pela ascensão
de canais televisivos musicais como a MTV, que "favoreceu aqueles artistas
como Michael Jackson e Madonna que possuíam grande apelo visual".
A música pop foi dominada pelas indústrias musicais
americana (a partir de meados dos anos de 1960) e britânica, cuja influência
fez dela algo de uma monocultura internacional, mas a maioria de regiões e
nações têm a sua própria forma do gênero, às vezes produzindo versões locais de
tendências mais amplas e dando a elas características das suas terras de
origem. Algumas destas tendências (por exemplo, o subgênero europop)
tiveram um impacto significante para o desenvolvimento da pop.
De acordo com o Grove Music Online, "estilos de pop
derivados do Ocidente, se coexistem com ou marginalizam distintamente gêneros
locais, têm espalhado-se por todo o mundo e vieram a formar denominações de
estilo comuns nas culturas musicais a nível do comércio global". Algumas culturas orientais como a japonsesa e a coreana criaram uma
indústria de música pop próspera, da qual grande parte é devota à ocidental, e
produziram uma quantidade de música maior do que em qualquer lugar, exceto nos
Estados Unidos. A expansão do estilo de pop ocidental foi interpretada
variadamente como representante de processos de americanização, homogenização,
modernização, apropriação criativa, imperialismo cultural e ou um método mais
geral de globalização.
Características
Musicologistas geralmente identificam as características
seguintes como normais ao gênero de música pop:
Um objetivo de atração a um público geral ao invés de a uma
subcultura específica ou uma ideologia;
Uma ênfase no artesanato em vez das qualidades
"artísticas" padronizadas;
Uma ênfase na gravação, na produção e na tecnologia em vez
de apresentações ao vivo;
Uma tendência de refletir tendências atuais a
desenvolvimentos contínuos;
Muito da música pop é feito em função de dançar ou usa
batidas e ritmos destinados à dança.
O ponto principal da música pop é a canção, normalmente
entre dois ou três minutos e meio de duração e marcada por um elemento rítmico
consistente e perceptível, por um estilo dominante e por uma estrutura
tradicional simples. Variantes comuns incluem a forma verso-e-refrão e a de
versos curtos, que focam nas melodias e batidas cativantes, com um refrão que
contrasta-se melodica, ritmica e harmonicamente em relação ao verso. A
produção e as melodias tendem a ser simples, com um acompanhamento harmônico
limitado. As letras das canções de pop modernas tipicamente focalizam-se em
assuntos comuns — comumente o amor e relacionamentos afetivos —, embora haja
exceções notáveis.
A harmonia na música pop geralmente é "como a da
tonalidade europeia clássica, só um pouco mais simples". Clichês
incluem a harmonia a capela (isto é, o movimento de uma harmonia secundária a
uma dominante e consequentemente a uma tônica) e à escala pentatônica
influenciada pelo blues."A inserção de paradigmas de círculos de
quintas decaiu desde meados dos anos de 1950. As linguagens harmônicas do rock
e do soul distanciaram-se da influência abrangente da função dominante. (...)
Há outras tendências (talvez ainda identificáveis pelo uso do violão como um
instrumento de composição) — harmonias de ponto pedal, movimento firme por
construção diatônica, organização harmônica de modo e melódica — que fogem da
tonalidade prática e chegam a um sentido de tom menos direto, mas sim de mais
livre flutuação."
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